Todo mundo faz, todo mundo sabe que faz, mas mesmo assim, a gente morre de vergonha quando é atacado por ele. Estou falando do número 2. Estava eu a caminho do aniversário da prima do meu namorado. Sabe aquela coisa, família reunida, comes e bebes e você querendo fazer a linha perfeita pra família “dele”?
O problema é que eu tinha comido um ralew desgraçado no Habbis e, a caminho da festa, já comecei a sentir aquelas contrações involuntárias. Quando chegamos, cumprimentei a vó, a tia, o pai, os amigos da aniversariante, o cachorro, o passarinho… Tava no meu modelinho namorada-perfeita-linda-e-despojada quando voltei a suar frio. A essa altura já comecei a estudar a arquitetura da casa e vi que o banheiro ficava bem no meio da festa, com todo mundo conversando e bebendo…
Pensei – Como eu vou usar esse banheiro com a festa toda aqui… Já imaginando a tempestade intestinal que estava por vir…
A essa altura meu namorado já tinha percebido a cor branca esverdeada que a minha pele estava tomando e resolveu perguntar para a prima se tinha um banheiro que eu pudesse usar…
Ela, gentilmente, vira pra mim e pergunta: “É para o número 2”???
Pouuxxaaaa, tava na minha cara que eu tava prestes a ter uma caganeira????? Queria poder falar nãooooo, imagina, eu não faço essas coisas na casa dos outros, é só para uma mijadinha de lady… A essa altura eu já não sabia se cuidava da minha vergonha, das minhas contorções ou se simplesmente deixava o destino agir e me esvaia em merda ali mesmo, na sala da casa nova. Acho que vendo meu desespero, ela ofereceu um dos seus quatro banheiros, recém-inaugurados, da casa impecável que acabara de construir.
No meio da escada, a caminho do que seria a minha salvação, ela solta – “Fica tranqüila que tem papel em todos os banheiros…” Nesse instante a festa pára e a família toda olha pra mim…
Droga!! Por que? Por que ele é tão constrangedor?